Pra quem acompanha o blog já percebeu que amei o primeiro livro de Elizabeth Haynes, No escuro. Então nada mais justo do que eu estar super empolgada com este novo lançamento da Intrínseca. A sinopse chamou muita atenção pelo tema que Haynes resolveu abordar desta vez, pessoas que são encontradas mortas em suas casas, após um longo tempo, e que apenas faleceram, sem nenhuma causa aparente. Vemos esse tipo de notícia o tempo todo, principalmente em países em que a população é mais idosa.
Alia-se a isso o fato de que, ao que parece, essas mortes não foram tão inocentes assim e que um assassino manipula suas vítimas para que elas próprias façam o serviço.
Era para ser O livro, isso mesmo, era....
O livro conta a história de Annabel, uma analista de dados da polícia, que tem uma vida solitária, sem muitos amigos, se dedicando somente ao trabalho e sua mãe doente. Após mais um dia de trabalho, Annabel vai para casa e sente que algo está errado na casa ao lado. Depois de verificar a casa, acaba encontrando sua vizinha, que ela não via a um certo tempo, morta na sala.
Intrigada com o fato de não ter percebido a ausência da vizinha, e com medo de que isso possa ocorrer com ela, Annabel usa seu trabalho como analista para verificar a frequência com que corpos são descobertos em suas casas e surpreendentemente descobre que são muitos. Assim, ela tenta convencer a todos na delegacia que algo está errado.
Duas coisas me surpreenderam neste livro: primeiro que conhecemos o assassino logo no segundo capítulo (pois o capítulos são alternados entre Annabel e Colin) e acompanhamos todo o desenrolar dos crimes, inclusive algumas vezes ele fala diretamente ao leitor. E segundo, o que eu achei de melhor do livro, Haynes deu voz às vítimas, dando oportunidade de algumas contarem sua própria história no decorrer do livro.
"Você quer saber como tudo começou, não é?Quer descobrir como foi que saí de um curso para adultos de mentes entorpecidas, no qual ensinava a fazer amigos e influenciar pessoas, e passei a orientar desconhecidos a acharem o caminho da autodestruição" Colin.
"Você quer saber como tudo começou, não é?Quer descobrir como foi que saí de um curso para adultos de mentes entorpecidas, no qual ensinava a fazer amigos e influenciar pessoas, e passei a orientar desconhecidos a acharem o caminho da autodestruição" Colin.
Como disse, a história tinha tudo para ser sensacional mas o ritmo é muito lento, mesmo com capítulos curtos, além disso os personagens também não são carismáticos. Annabel fica durante todo o livro apática, em sua bolha de depressão, só tomando um pouco de fôlego no desfecho. Já com Colin, não consegui ver uma real motivação, apesar de Haynes tentar nos mostrar uma durante o livro.
O único personagem que gostei foi o jornalista Sam, que acredita nas descobertas de Annabel e tenta de várias formas ajudá-la.
Como disse o livro tem um ritmo lento para um thriller, mas se vc ainda quiser arriscar é por sua conta e risco..rs.
Se ficou curioso leia o primeiro capítulo aqui
Este livro para mim foi um desempate. Pois amei No escuro e detestei Vingança da Maré. Restos Humanos provou que Haynes é uma escritora promissora. Da mesma forma que ela conseguiu passar toda a angústia de um portador de TOC no seu primeiro livro, neste ela criou um clima todo depressivo para falar de solidão. Mas apesar de melancólica a história é instigante. Mostrar o assassino logo no início realmente foi ousado, mas logo deu para entender que o verdadeiro mistério era como ele matava. Achei um pouco forçado seu método, mas isso não desmereceu o livro. Se quiser ver meu post sobre Elisabeth Haynes, em meu blog, segue o link logo abaixo.
ResponderExcluirhttp://porquelivronuncaenguica.blogspot.com.br/2014/04/toc-pole-dance-e-solidao.html